CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DISCUTEM REALIDADE DO TRABALHADOR
O Movimento Nacional dos Catadores é uma ação social, que há cerca de dois anos vem organizando os catadores e catadoras de materiais recicláveis em Muriaé. Na busca pela valorização da categoria, o objetivo da associação é garantir o protagonismo popular da classe, que é oprimida pelas estruturas do sistema social. Para relembrar as conquistas de 2008, os envolvidos no movimento se reuniram, no domingo (25), na Igreja Nossa Senhora da Conceição, na barra, para uma confraternização.
Com uma rotina de trabalho cansativa, eles percorrem as rua da cidade em busca de materiais que possam ser reutilizados para posteriormente vendê-los a entidades que fazem o serviço de reciclagem.
Ainda hoje, em um país que luta pela igualdade social, muitos destes trabalhadores afirmam que são vítimas de preconceitos e, muitas vezes nas ruas, são maltratados por motoristas e pedestres, que não conseguem respeitar o trabalho realizado.
Segundo Pedro Xavier de Souza, que faz parte da associação desde a sua fundação, muitas vezes eles são humilhados por motoristas, que jogam o veículo em cima deles ou mesmo demonstram pouca paciência quando alguma vaga está sendo ocupada pelo carrinho com os materiais.
Já para Maria de Lourdes de Oliveira, de 58 anos, também catadora de materiais recicláveis, este trabalho ajuda a completar a renda mensal familiar. Segundo ela, o valor arrecadado no final do mês depende do empenho de cada um. “Se o mês for bom, a gente consegue arrecadar R$ 200, se não for, uma média de R$ 150”, disse.
Em relação ao preconceito, ela conta que as pessoas comentam nas ruas, mas afirma que tem que fingir que não está vendo e continuar trabalhando. “Trabalho por conta própria. Já consegui comprar muitas coisas, com esse dinheiro”.
Futuro
Para que haja uma melhora no trabalho destes catadores, a Pastoral dos Catadores de Materiais Recicláveis, conseguiu uma verba vinda diretamente da Espanha. Esta, que é fruto de um trabalho realizado pela pároco da Barra, Monsenhor Muniz, que tem o contato da Entidade Arco-íres, que visita países pelo mundo analisando projetos deste cunho.
De acordo com o membro da diretoria do movimento, Valdecy Campos de Souza, o projeto foi feito há um ano e mandado pra lá. A verba demorou a chegar devido alguns problemas com o banco, em São Paulo.
A verba será utilizada para obras de estruturação do movimento em Muriaé, ou seja, compra do terreno, construção do galpão, compra de prensa, dos carrinhos, móveis, uniformes, utensílios que vão ficar no galpão como fogão, televisão, DVD, dentre outras. “Espero que com a sede própria ocorra mudanças para todos, para quem cata os materiais, bem como para os compradores destes”.
Um galpão no bairro Gaspar já foi vistoriado para ver se atende as necessidades dos catadores, se for avaliado que sim esse deverá ser a sede.
ÍNDICE DE INFESTAÇÃO POR MOSQUITO DA DENGUE É DE 2,39%
As dicas são repassadas durante todo o ano, entretanto, a população ainda se descuida na hora de fazer a prevenção contra a Dengue. A afirmação é comprovada pela primeira pesquisa realizada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Muriaé. Com uma amostra de 10% das residências da cidade, o índice que em dezembro era de 0,39% saltou para 2,39% e ficou bem acima do que é exigido pela Organização Mundial da Saúde, de 1%.
Segundo o chefe do departamento, Dionísio Bonfim, essa elevação já é uma característica do mês de janeiro, que apresenta todos os fatores que influenciam na proliferação do mosquito. “A tendência a partir de agora é a diminuição desse índice”. Mas, Bonfim, não descartou que com o atual número, os riscos de haver contágio da doença também aumentam. Inclusive, alguns casos suspeitos já foram encaminhados para o laboratório, em Juiz de Fora, mas por enquanto não houve a confirmação. No ano passado foram aproximadamente 580 casos notificados e cerca de 180 confirmados por laboratório.
E 2008, o departamento encontrou dificuldades no efetivo de agentes, já que muitos apresentaram atestados médicos e problemas de saúde, contudo, com um quadro mais ampliado, esse ano, há a expectativa de que seja feita uma cobertura de 100% das regiões.
A Funasa sempre realiza duas etapas: a primeira, a pesquisa; já a segunda, enfatiza o tratamento feito com a aplicação de larvicidas e de produtos químicos nas caixas d’água e nos depósitos que não podem ser removidos.
Dionísio acredita nas campanhas de mobilização e conscientização popular como um dos recursos para levar a prevenção até a população. E faz o trabalho com eficiência, pois, no ano passado foi citado pelo Estado, por ter um dos programas de mobilização social mais ativo. “Contamos muito com a população, uma vez que nos períodos chuvoso nem sempre podemos ir a campo para fazer os trabalhos. E em muitos casos nossa função é verificar os depósitos de água para ver se é encontrado o foco do mosquito; ação que o próprio morador pode nos ajudar a fazer”, disse.
Pesquisa
Para a realização da pesquisa, Muriaé é divida em cinco zonas. Dessas, a zona 5, formado por São Cristovão, Santa Terezinha, Porto, São Pedro, Vila Conceição, AABB, Inconfidência I e II, Marambaia, Chácara Leblom e Vale verde, apresentou o maior índice, de 4,75% de infestação. Em seguida vieram as zonas 1 (3,22%), 2 (2,60%), 3 (1,65%) e 4 (1,16%).
FUNDARTE COMEÇA PREPARAÇÃO PARA O CARNAVAL MURIAENSE
Marchinhas, serpentinas e muita animação. Quem notar esse cenário em Muriaé entre os dias 13 e 15 de fevereiro não deve estranhar. O carnaval, oficialmente, só acontece na última semana do mês, mas como já é tradição no município a festa, por aqui, é feita uma semana antes, o motivo: a ausência de muitos moradores que tiram o feriado para viajar para as praias do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Sabendo disso, a Fundação de Cultura e Artes (Fundarte) já começou a organização da considerada festa pagã mais popular do mundo. A intenção do departamento é retomar o tradicional carnaval realizado nas décadas de 70, quando muitos turistas vinham à Muriaé atrás de música e diversão.
Por alguns anos a festa deixou de ser realizada. Mas nas últimas edições o carnaval tem sido aberto ao público. “Queremos fazer uma festa, na qual, crianças, jovens, adultos e idosos possam participar”, disse a superintende da Fundarte, Gilca Maria Ubner Vieira Napier.
Na programação extraoficial estão: blocos de rua e bailes em diferentes bairros e distritos de Muriaé. Alguns locais na parte urbana já foram pré-definidos para receber os foliões, são eles: Praça Carlos Drumont de Andrade (Barra), Planalto e Praça João Pinheiro (Centro). Os ritmos variam das já conhecidas marchinas, músicas executadas pelos blocos até ao pagode, som esse que deve fechar as comemorações, no dia 15.
De acordo com a superintende da Fundarte, o ano passado a festa teve uma ótima receptividade do público. “As pessoas foram às ruas, participaram e aproveitam muito”, descreveu. Para Gilca, a continuidade do carnaval não depende só do setor público, mas sim dos moradores locais, que necessitam prestigiar a festa.
Incentivo Cultural
Desde que começou a ser realizado, em 2005, o projeto trouxe, além das características do carnaval do interior, o incentivo aos blocos locais. O fato pode ser visto na infraestrutura de alguns, que por meio da Lei de Incentivo à Cultura Alcyr Pires Vermelho puderam confeccionar fantasias, comprar materiais e até mesmo fazer divulgação nos meios de comunicação de massa. Mas, na visão da superintendente, uma pequena parte dos grupos conta com esse incentivo e sabem dos benefícios que a lei de pode trazer.
A organização do edital da Lei Alcyr Pires Vermelho começa sempre no início de março, a partir desse período as pessoas, que tiverem projetos culturais e se interessarem em inscrevê-los na lei, podem entrar em contato com o telefone (32) 3729-1242.
CIASDEM RESOLVE PROBLEMAS NO PASSE LIVRE
João Batista, que possui deficiência visual foi retirado do ônibus urbano municipal, após, o motorista perceber que a carteira que ele portava estava vencida. A atitude virou caso de polícia. Essa semana todas as partes envolvidas foram procuradas pela a reportagem do A Notícia, para esclarecer os fatos.
De acordo com João Batista, ele saiu de casa e pegou o ônibus no bairro da Barra. No momento que entrou no veículo, o motorista avisou que a carteirinha do passe livre estava vencida. João se recusou a sair. Mais a frente, quando o ônibus passava próximo ao bairro União, um fiscal da empresa e um policial foram acionados. “Assim tive que deixar o carro e para retornar à minha casa paguei a passagem”, contou João Batista, que estava com o passe livre vencido desde o dia 21 de dezembro.
Na quinta-feira (19) o Ciasdem, a empresa do transporte público municipal e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social se reuniram para evitar que casos como esse se repetissem. O responsável pela empresa de ônibus, Paulinho Fiscal, informou que, os portadores dos passes livres vencidos terão prazo até o dia 31 de março para a renovação, ou seja, nesse período os portadores de necessidades especiais poderão usar o serviço sem problemas, mesmo que as novas carteirinhas não tenham sido emitidas.
O documento
A carteirinha vencida, motivo da retirada do passageiro, já teve o requisito de renovação pedido, no Centro de Integração e Assistência Social do Deficiente de Muriaé (Ciasdem), desde o ano passado. A presidente da entidade, Maria das Graças Xavier, confirmou que os requisitos foram feitos, mas que aconteceram contra tempos como a eleição da diretoria, em novembro, momento que os atuais membros precisaram ficar afastados. “Assim que passaram as eleições encaminhamos várias requisições”.
Após ser feita a documentação no Ciasdem ela é repassada para a Secretaria de desenvolvimento Social, que tem 30 dias para terminar de fazer o processo de renovação e inscrição. “Enfrentamos um período de enchentes, desabamento, recesso das festas de fim de ano e realmente aconteceu um pequeno atraso, de menos de um mês”, explicou a assistente social Paula de Souza Santos.
De acordo com a assistente social, na quarta-feira (28), todos os passes livres que estavam para ser renovados foram regularizados e entregues para a diretoria do Ciasdem, que vai fazer a distribuição. Maria das Graças Xavier, por sua vez, marcou essa semana três dias para disponibilizar aos beneficiários as carteirinhas.
Atualmente, Muriaé conta com cerca de 450 passes livres. A intenção da Secretaria de Desenvolvimento Social é mudar a validade das mesmas, que hoje é de 1 ano, para 3 três. Tarefa que deve ficar a cargo da procuradoria do município.
O Ciasdem pede às pessoas que ainda não fizeram a renovação dos passes livres, que compareçam na sede da entidade a partir do dia 9 de fevereiro, quando a diretoria volta das férias.
Fotos: Jornal A Notícia/Magno Lopez
